Estiveste no Éden, jardim de Deus; cobrias-te de toda pedra preciosa: a cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a granada, a esmeralda e o ouro”. Em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados” (Ez 28:13).
Nas comemorações de Natal, comecei a refletir .... porque tantas vozes em corais entoam as mais belas canções e se apresentam mundo afora para homenagear o nascimento de Jesus.
E por conta disso decidi entender a relação entre a Bíblia e a Música...
A música é algo que brota na natureza humana...
Quantas crianças ao nascerem só dormem ao som de uma música?
Pesquisas afirmam que o parto é muito mais tranqüilo quando a criança, antes mesmo da concepção, ouve músicas calmas.
O ser humano é um instrumento desde que nasce, qualquer batida com os pés, ruído com a boca, batuque com as mãos se torna uma música, a vida é música, cada som têm uma freqüência diferente.
Pesquisando mais a fundo descobri que a música existe na eternidade, no principio, antes da criação da terra ou do ser humano.
Deus (que nunca foi criado, mas sempre existiu) formou o seu reino, só havia o reino de Deus, então Ele criou os anjos.
A Bíblia relata em alguns versículos sobre um anjo diferente criado por Deus, um querubim ungido, mais belo e brilhante do que todos os outros, suas asas eram as maiores, uma criação minuciosa que a quem Deus deu um dom especial, algo que vinha de dentro Dele, algo lindo que elevava essa criatura acima de todas as outras já criadas por Deus, a música! E o nome do privilegiado cidadão dos céus a receber essa incrível dádiva era Lúcifer (anjo de luz).
Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci: no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas.
Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti.
Na multiplicação do teu comércio se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que, te lançarei, profanado, fora do monte de Deus, e te farei perecer, ó querubim protetor, entre as pedras afogueadas.
Elevou-se o teu coração, por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria, por causa do teu resplandor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.
Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários: eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo que te consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que vêem.
Todos os que te conhecem, entre os povos, estão espantados de ti: em grande espanto te tornaste, e nunca mais serás, para sempre.
Ez: 28: 13 - 19
Deus, ao criar Lúcifer, criou também instrumentos musicais para que ele tocasse em seu louvor.
Lúcifer não criou a música, ele apenas recebeu, ao ser criado, um sentimento de Deus, era apenas um instrumento para louvor e honra do Senhor, e por isso ele era tão prestigiado no reino.
Lúcifer (heilel ben-shachar hebraico) pertencia a ordem dos Querubins "a obra dos teus tambores e de teus pífaros estava em ti: no dia em que foste criado foram preparados." Lúcifer era um músico mestre. Ele deveria usar este dom para a glória de Deus, mas quando se rebelou contra o Senhor e teve que ser expulso do Céu ele prostituiu este dom e começou a usá-lo para o mal ao invés do bem. A palavra “da guarda”, em Ezequiel 28:14-16, significa literalmente “quem conduz”, visto que, antes da queda de Lúcifer não havia inimigos e nem nada para ser guardado, era ele que conduzia a adoração a Deus o que leva a pré-supor que como aferidor de medida ele era o líder em adoração,o querubim mais próximo da perfeição e do amor de Deus.
Lúcifer agasalhou em seu coração um sentimento de superioridade em relação ao próprio Deus, começou a usar da música, o seu dom maior, para se engrandecer e influenciar outros anjos a se rebelarem contra Deus, aí surgiu o primeiro pecado, o pecado só pode entrar no reino após a dispensação de um sentimento de Deus, Lúcifer tinha o melhor de Deus e não soube aproveitar, por isso o Senhor se sentiu tão “traído” confiara o seu maior bem a uma criatura e ela o rejeitava.
Então Deus tomou de Lúcifer tudo aquilo que lhe tinha dado, tirou os seus dons e ministérios, Lúcifer perdera de uma vez por todas o amor de Deus e fora jogado para fora dos céus junto com a terça parte dos anjos, esta que lhe seguira, após isso foram criados dois reinos: o de Deus e o de Lúcifer.
Foi por ordem de Deus que a música começou a ser usada no Culto (II Cr 29:25). Os filhos de Israel tinham uma ordenança divina para se reunirem na lua nova e apresentarem seus sacrifícios e sua adoração e estes forem feitos ao som da música. (Salmo 81:1-4).
Na Bíblia, o primeiro registro sobre música está em Gênesis 4.21.
O primeiro ministro mencionado na bíblia foi Jubal da descendência de Caim, pai de todos que tocam harpa e órgão.
Tumbas reais, encontradas em Ur da Caldéia, datadas de 3500 a 3200 a.C., mostram diversas harpas e um mosaico que representa uma mulher a cantar, acompanhada de harpa.
Abraão, quando foi ao Egito, encontrou um povo já versado em música com harpas, liras, bandolins e flautas, simples e duplas. O tamboril e a harpa foram mencionados em referência a Jacó e Labão.
A primeira referência bíblica à experiência musical é mencionada no livro de Êxodo, quando Moisés, Arão e Miriã conduziram o povo em sua retirada do Egito (Ex 15.1; 20-21).
A música continuou tendo papel relevante no meio do povo hebreu chegando a Samuel (I Sm 10.5,6) e Davi, o suave cantor de Israel, quando atingiu o clímax da música hebréia com seus salmos.
Em I Crônicas encontram-se detalhes quanto à função da música no serviço divino. O Coro e a orquestra do templo eram constituídos de quatro mil pessoas treinadas e conduzidas em vinte e quatro divisões por Asafe, Hemã e Jedutum. Músicos experientes e noviços eram empregados em conjunto, de maneira que era mantida a tradição. Os novos músicos eram treinados para ocupar o lugar dos antigos.
Os Levitas eram da tribo de Levi, e receberam de Deus o ministério do culto divino. Eram separados, obreiros de tempo integral. Schaff-Herrog nos diz: “Dos trinta e oito mil levitas, quatro mil foram separados para servir ao Senhor com instrumentos musicais feitos por Davi”. Observamos que os chefes levitas eram citados como músicos: “Quenenias, chefe dos levitas, estava encarregado dos cânticos, e os ensinava, porque era hábil”. (1ªCr 15:22) (I Cr 16:4_5). “Designou dentre os levitas, os que haviam de ministrar diante da arca do Senhor, e de celebrar e louvar ao Senhor e de lhe agradecer, a saber: Asafe, o chefe, Zacarias, o segundo depois dele, Jeiel, Semiramote, Matitias, Eliabe, Benaías, Obede-Edom e Jeiel, com alaúdes, e harpas, e Asafe, com símbalos que soavam alto”. (I Cr 16:4_5).
Apenas o cativeiro fez calar a música hebréia. Foi realmente um período triste quando, em desespero, eles penduraram suas harpas nos salgueiros e lamentaram a impossibilidade de entoar cânticos ao Senhor em terra estrangeira, devido à sua grande tristeza (Salmos 137).
Não há referência alguma na Bíblia de que a música tivesse sido usada na adoração ou culto, com o fim de ser apresentada ou apreciada como um fim em si ou deleite para os ouvidos dos homens.
Todos os Cânticos na Bíblia são feitos com inteligência e compreensão das palavras, são revestidos de humildade, reverência e engradecendo a Deus e aos seus atributos.
Na Bíblia existe referência a alguns corais:
Coro de Davi – organizado por ele. Três cantores eram designados para tocar os címbalos; 8, os saltérios; e seis, as Harpas. Seis sacerdotes sopravam os tambores diante da arca de Deus. Temos mencionado o nome diretor do coro – Quenanias – encarregado de treinar e dirigir o coro a orquestra e a congregação.
Coro de Salomão organizado por Davi “Quatro mil eram porteiros, e quatro mil louvavam ao Senhor com instrumentos que eu fiz, disse Davi, para com eles oferecer louvores” ( 1ªCr 23:5).
Coro de Zorobabel – organizado após o exílio. “E tinham duzentos cantores e cantoras” (Esdras 2:65).
Coro de Neemias (Neemias 12:27_28) “Ajuntaram-se os filhos dos cantores…”
O maior coro descrito na Bíblia, foi visto por João, na sua visão de Patmos (Apocalipse 14:2_3) “E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas e como a voz de um grande trovão; e a voz que ouvi era como de arpistas, que tocavam as suas arpas. E cantavam um cântico novo diante do trono, e diante dos quatro seres vivos e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico senão os cento e quarenta e quatro mil, aqueles que foram comprados da terra.”
Já no tempo de Cristo, a sinagoga havia se tornado o lugar principal de adoração para o povo judeu. Começou como um lugar para o estudo da lei e gradualmente se tornou o centro de adoração para judeus que não podiam frequentar o templo.
O culto litúrgico do templo não podia ser duplicado na sinagoga, já que não tinha rito de sacrifício. A música também não podia ser exatamente reproduzida, pois não havia um cantor levita treinado. O coral foi substituído por um único cantor.
A cantoria dos Salmos foi gradualmente transferida do templo para a sinagoga, o que acabou influenciando as primeiras igrejas cristãs.
Lê-se com freqüência, no Novo Testamento, sobre a música nos cultos cristãos. Paulo e Silas cantaram na prisão. Paulo aconselhou os Colossenses “Habite, ricamente, em vós, a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Cl 3.16). Tiago, irmão de Jesus, ensinou: “Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração. Está alguém alegre? Cante louvores” (Tg 5.13). A Bíblia termina com música, Pois o livro do Apocalipse fala de harpas, trombetas e cânticos, reunidos num coro de louvor ao Senhor.
A Música no Ministério de Jesus
Os cânticos de Maria (Lc I.46-55), Zacarias ( Lc i.67-79), dos anjos (Lc 2.13-14) e o de Simeão (Lc 2.28-33) são a confirmação que a chegada do Messias foi cercada pela adoração. Nunca poderemos separar os cânticos da pessoa de Cristo. E como Ele foi criado em berço judaico, sua infância e adolescência fora repleta de música. As referências de música no ministério de Jesus não são numerosas. Todavia, isso não é indício de que ele considerasse a música como algo de menor importância.
A Música no Ministério de Paulo
Em Atos 16.25, existe o relato de quando Paulo e Silas cantaram na prisão, é uma das passagens do Novo Testamento que mostram o poder da mensagem de um hino. Naquela noite, não houve sermão na prisão filipense, apenas uma reunião de oração e um culto cantado. Não se sabe que cânticos foram entoados, mas quaisquer que tenham sido, contribuíram para o início de um avivamento. O portão da prisão se abriu, mas os dois missionários não saíram da prisão; no episódio, o carcereiro e toda a sua família creram no Senhor (Atos 16.25-34).
Mas para esclarecer uma pequena questão...
Qual a diferença entre louvor e adoração?
Louvor é o ato pelo qual o homem glorifica a Deus com alegria, com palmas. Podemos aprender mais sobre o louvor em vários dos Salmos como: Salmos 30;33;34 e etc.
É bom lembrarmos que é impossível ler a Bíblia e passar por cima da quantidade impressionante de versículos que mencionam a música, os cânticos, os cantores, o louvor, a adoração, o regozijo (que em muitos casos significa, no hebreu original, “cantar com gozo”), e os instrumentos de música. Aqui e acolá vemos referências a todas estas atividades, dando-nos a entender que é algo muito importante para Deus. Considere o seguinte: Qual é o maior livro da Bíblia? Os Salmos, o livro dos cânticos. Salmo 100.2 diz : “Venha diante da sua presença com regozijo”, e a palavra hebraica que se emprega aqui para “regozijo” é ramanah que significa: “clamor retumbante”, gritar (com gozo). Ramanah vem da palavra hebraica ranan, que significa: “em gozo, em júbilo, em louvor, em cântico”. Por algum motivo, baseado nessas palavras hebraicas, a tradução da Bíblia em inglês diz: “Venha diante de sua presença com cântico”. De acordo com esse versículo, o Senhor ordena que a maneira pela qual devamos nos achegar a Ele é através de retumbantes clamores de júbilo e com cânticos.
A Música, o canto, o louvor e a adoração têm um lugar muito importante no coração de Deus, de tal maneira que a Bíblia menciona estas palavras, e outras relacionadas a estas, aproximadamente 800 vezes.
Fontes:http://estudos.gospelmais.com.br/musica-a-arte-criada-por-deus http://rfbarbosa1963.wordpress.com/2013/09/13/a-musica-na-biblia/
http://www.vivos.com.br/312.htm
http://www.vivos.com.br/312.htm
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