O BAIXO NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS EVANGÉLICOS NO BRASIL



Hoje o Alto Falante Gospel vem tratar de mais um assunto polêmico, o baixo nível instrucional dos evangélicos no Brasil.


O interesse pelo tema deu-se pelo fato de que li na fan page da Primeira Igreja,  o anúncio do Congresso de Famílias da Primeira Igreja Batista de Aracaju. E fiquei estarrecida com os erros de concordância verbal e nominal...
O texto que apresentava o anúncio dizia o seguinte:
"Amados! Este mês é dedicado à família e para comemorar o Centenário da Primeira Igreja de Aracaju, o Ministério da Família organizou um Congresso muito especial que inciará em 30 de maio. Não percam! Sua vida será muito abençoada!"

Seguem as minhas considerações: 
O texto iniciou-se  falando "Amados" e depois "Não percam" o que implica pluralidade, então, automaticamente, deveriam ter colocado "Suas vidas serão...". Outra coisa, a palavra "iniciará" foi faltando um I. Após especial deveria haver uma vírgula, o que denota temporalidade na fala. Quanto as exclamações, essas, segundo a regra da comunicação em mídias (dada na Universidade), devem ser usada apenas nas finalizações ou em trechos que enfatizem algo. O excesso cansa o leitor.


Isso se chama analfabetismo funcional, pessoas que são aptas a ler mas não estão aptas a entender o que leram.E isto se reflete na forma com que escrevem, os terríveis erros de gramática.
Então deve-se perguntar o que é que essas pessoas estão passando para os outros , o nível cognitivo e interpretativo que possuem? A falta de escolaridade do brasileiro explica o crescimento dos evangélicos?  Pesquisas recentes mostram que a população brasileira aumentou o tempo de escolaridade mas diminui o nível de compreensão, raciocínio e julgamento que possuem. Jovens que completam o ensino médio mas que  não conseguem interpretar um texto simples escrito em português.
Será que este fato ajuda a explicar porque uma parcela da população procura a ajuda de pastores que pregam ideias simplistas atuando como animadores de auditório? É evidente que a baixa escolaridade deixa a pessoa mais vulnerável aos oportunistas .
                   
Pessoas com menor grau de escolaridade, tende a ficar limitadas em seus conhecimentos...Quando a pessoa estuda mais ela tem opinião própria , ficando assim mais difícil alguém conseguir enganá-la...Marionete é o que essas pessoas sem estudo viram na mão dos pastores... (que na realidade só ver o Irmãozinho como fonte de renda).

O problema da educação formal no Brasil é sério. Professores são mal remunerados e isto reflete diretamente na qualidade do serviço prestado por este profissional. A má distribuição de renda e altos custos dos impostos embutidos nos produtos é outro fator que atrapalha o desenvolvimento das classes menos favorecidas, pois sem a devida assistência falta o básico às famílias carentes. 
                     
Enquanto isso, os animadores de auditório, mais conhecidos como pastores, quando não são ex marginais, ou nomeados sem um curso de teologia,  em sua maioria,   são pessoas altamente competentes  que estudaram e estudam bastante e estão preparadas para levar a palavra, de maneira interessante e agradável de modo que o pessoal não durma nos templos e dêem muito dinheiro para as obras, ou melhor, para eles.

 Segundo pesquisas entre os grandes grupos religiosos no Brasil, os evangélicos pentecostais são os que têm menor renda e escolaridade, enquanto os espíritas apresentam a maior renda e mais anos de estudo.
Em média, os 17,6 milhões de brasileiros que se declararam pentecostais têm 5,6 anos de estudo completos e apresentam uma renda mediana das pessoas ocupadas de R$ 260. Entre os 2,3 milhões de espíritas, a escolaridade média é de dez anos e a renda mediana, de R$ 700.
                         
A renda mediana determina o valor que divide determinado grupo em dois, ou seja, uma renda mediana de R$ 700 significa que metade das pessoas desse grupo ganha abaixo desse valor, enquanto a outra metade tem rendimento acima dessa quantia.Os católicos, 74% da população brasileira (125 milhões de pessoas), têm indicadores bem próximos aos da média do total da população: renda mediana de R$ 300 e média de 6,1 anos de estudo.A análise de renda e escolaridade mostra uma diferença entre os evangélicos de origem mais tradicional (batistas, anglicanos, luteranos ou metodistas, entre outras) e os evangélicos pentecostais (Assembléia de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus etc).
                         A renda mediana das pessoas de igrejas evangélicas históricas é de R$ 320 e a média de anos de estudo é de 7,3. Esse grupo representa 6,9 milhões de brasileiros.
                       Para a antropóloga Regina Novaes, do Iser (Instituto Superior de Estudos da Religião), os baixos índices dos pentecostais se relacionam com a distribuição deles nos estratos mais pobres.
"Não é que eles só existam nessas áreas, mas é lá que se encontram mais adeptos, nos lugares onde a fragilidade social é maior.
O IBGE também analisou grupos com menos de 1 milhão de praticantes. Entre os 525 mil brasileiros que declararam praticar a umbanda ou o candomblé, a renda mediana, de R$ 380, e a escolaridade, de 7,4 anos de estudo, foram inferiores apenas aos valores encontrados entre os espíritas.
Uma curiosidade no caso dessas religiões é que, apesar de as duas serem identificadas com a cultura afro-brasileira, a maioria dos que declararam professá-las é de brancos (50,4%), como o professor de Teatro da Universidade Federal da Bahia, Carlos Petrovich, 67, que frequenta os rituais do candomblé na Bahia há 25 anos.
Outra religião que se destaca das demais nas análises é o judaísmo. Representando apenas 0,05% da população, os 87 mil judeus brasileiros apresentaram a maior proporção de pessoas com nível superior completo: 49,7%. Em todo o país, a mesma taxa é de 4,9%.

Os judeus têm a maior proporção de pessoas com rendimento mensal superior a 20 salários mínimos: 35,4%. Na população brasileira, a taxa é de 2,7%. A maior porcentagem de brancos declarados também é dos judeus: 96,4%. 

Em geral, os evangélicos vieram do catolicismo e os ateus vieram dos evangélicos.... É claro que a falta de escolaridade, foi o que os mantiveram na religião, por tanto tempo, mas agora, a informação está a caminho, através da Internet. As coisas estão mudando....

Fontes:  http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u77559.shtml
               http://www.cps.fgv.br/cps/bd/rel3/REN_texto_FGV_CPS_Neri.pdf
               http://www.editora.vrc.puc-rio.br/materia_religiao-sociedade.html
  http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-ibge-e-a-religiao-%E2%80%93-cristaos-sao-868-do-brasil-catolicos-caem-para-646-evangelicos-ja-sao-222/ 
           http://brazil.blog.my/2012/07/qual-a-relacao-entre-o-nivel-de-escolaridade-e-as-religioes/ 
          http://www.teofilootoni.mg.leg.br/noticias/baixa-escolaridade-mantem-brasil-no-201ctop-10201d-mundial 
            http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0104-62762004000200006&script=sci_arttext

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