IGREJAS PEQUENAS X IGREJAS GRANDES


                                                                                  


                                             





               Por esses dias, estava conversando com uma irmã em Cristo membro da minha primeira igreja evangélica, a Igreja Batista Nacional Ebenézer, sobre as minhas dificuldades de adaptação, e barreiras encontradas por mim dentro da cultura organizacional da Primeira Igreja Batista de Aracaju. E ouvi da mesma a afirmação de que "igrejas grandes", tem pessoas e líderes com interesses diversos entre si, sendo que alguns não possuem interesses no Reino de Deus e na sua justiça, mas interesses pessoais, como por exemplo: cargos e poder dentro da organização ou naquela comunidade.
     
Por conta disso resolvi pesquisar e escrever sobre o seguinte tema: É melhor congregar em "Igrejas Pequenas" ou "Igrejas Grandes"?

                      As igrejas podem ser grandes ou pequenas por todas as razões corretas. Ou por todas as razões 
erradas. Nós simplesmente não devemos concluir que ser grande é melhor ou ser pequena significa mais santa. Aos olhos de Deus, o sucesso da nossa igreja, e de seu pastor, é mensurado por critérios mais importantes do que a frequência nos finais de semana.

Algumas grandes igrejas têm mais shows do que substância. Devem ter milhares de membros, mas sacrificam a maturidade, profundidade, a pregação baseada na verdade, a eclesiologia bíblica e, talvez, até mesmo o evangelho, para chegar lá. Por outro lado, algumas igrejas pequenas estão atrasadas e isoladas. Eles podem falar sobre bastante sobre lutar pela verdade, mas seu pequeno tamanho fala menos sobre a coragem do evangelho do que, de fato, fala sobre serem supercríticos, retrógrados das piores maneiras e despreocupados com os perdidos.

No entanto, na igreja primitiva eram comuns as igrejas pequenas (ideia de tamanho, quantidade), pois não era tradição ter templos cristãos, exceto as sinagogas e mesquitas. Logo, os discípulos reuniam-se em pequenos grupos em toda sorte de lugar. Até hoje isso acontece apesar de estarmos vivendo nos “tempos dos grandes templos”. Esse ‘operacional’ da visão do Senhor fica claro em suas últimas palavras aos discípulos enquanto Ele era assunto aos céus: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo;ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado.” (Mt 28.18-20).

Chegamos, então, ao “coração” da igreja (aquilo que a faz funcionar): o discipulado! Há várias formas de crescimento, mas o discipulado foi a escolha de Cristo para Sua igreja ser edificada. Não há discipulado sem caminhar junto, convivência, e troca de experiências. Reduzir o número de participantes, de propósito, de uma reunião de filhos de Deus, torna o diálogo possível, e cria um ambiente de discipulado, onde um coopera para o crescimento do outro ativamente, seja ouvindo, falando, orando, exortando, testemunhando e até mesmo trazendo futuros filhos de Deus para um ambiente terapêutico, libertador e pacificador que é a igreja em funcionamento, orgânica.


A diferença entre uma pequena embarcação e um transatlântico é que o pequeno barco pode mudar sua direção em 180º numa manobra rápida e radical, mas o transatlântico, para dar meia volta completa tem que navegar aproximadamente dez quilômetros.

Esse princípio pode ser aplicado a uma igreja que quer crescer. Ora, crescer é um desejo nosso. Nós queremos ser uma igreja grande, alcançar muita gente com o Evangelho, ter muitos outros ministérios, realizar grandes trabalhos evangelísticos, etc. Mas devemos desejar, antes de apenas sermos uma igreja grande, sermos uma grande igreja.

Ser uma igreja grande não é tão difícil, mas ser uma grande igreja é. Desejar crescer é legítimo, mas para isso devemos escolher trilhar o caminho apertado do trabalho digno, do respeito às pessoas, enxergando nelas o que Deus vê, se revoltando contra as injustiças, nunca diluindo o conteúdo do Evangelho que ainda diz: "arrependam-se e creiam", se posicionando claramente contra os mercadores das Igrejas que preferiram ser apenas uma igreja grande e não uma grande igreja.

SOLI DEO GLÓRIA

                                                                    

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